Dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra

“Em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi degolado e sua cabeça foi enviada como troféu para o Recife – o maior triunfo da sociedade escravista colonial.” [1]
Brasil, período colonial, momento da nossa história no qual uma sociedade múltipla ganhava forma, as tonalidades da cor da pele definiam por direito a condição de homens e mulheres dentro da estrutura social. Nem todos eram humanos, existiam os de “cor”... Buscando construir alternativas de resistência para esse modelo de exploração, algumas ideias e projetos foram sendo colocados em prática, como por exemplo, os quilombos, locais em que eram formados principalmente por escravos fugitivos. O quilombo que durou mais tempo foi o dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, teve início por volta de 1600 e resistiu às investidas de portugueses e holandeses que tentaram destruir aquele local. Ao longo de praticamente um século alguns personagens foram destaque por sua liderança naquela região, dentre eles Zumbi. O líder do Quilombo, após ser capturado, foi degolado e sua cabeça exposta como prêmio, como vitória de um sistema no qual homens e mulheres de pele negra foram escravizados. Naquele momento, venceu a violência da repressão tendo como símbolo a cabeça decapitada de Zumbi que procurava servir como exemplo para proibir novas manifestações.
Atualmente, a comemoração do dia da Consciência Negra, 20 de novembro, data da morte de Zumbi, procura exercer um papel de resistência no campo da memória social, no qual lembrar determinados fatos é também uma forma de resistir às mudanças muitas vezes imposta dentro da sociedade que insistem em ocultar aspectos importantes da nossa história. No entanto, para que essa data fosse consolidada muitas lutas ocorreram.
Em 1978, ativistas da causa negra reunidos em congresso do Movimento Negro Unificado contra a discriminação estabeleceram o dia 20 de novembro como um dia símbolo dessa luta. Recentemente, duas leis merecem destaque: a lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que tornou obrigatório o ensino sobre História e cultura Afro-Brasileira, em todas instituições de ensino fundamental e médio. E posteriormente a lei 11.645 de 10 de março de 2008, que inclui também como obrigatório o estudo da História e cultura indígena. Essas medidas buscam fortalecer a luta para amenizar os impactos culturais, como o pré-conceito, causados pela falta de conhecimento sobre essas culturas tão ricas e diversas que contribuíram de forma fundamental no processo de construção da sociedade brasileira.
É importante destacar que essas leis não surgem espontaneamente, são frutos de pressões de diversos setores sociais que cobram as lideranças políticas por seus direitos. Devemos sempre rememorar tais acontecimentos para que possamos reconhecer nossas raízes históricas, tendo a oportunidade de compreendermos melhor o nosso passado, procurando construir permanentemente um futuro cada vez mais justo e igualitário. 

  [1] VAINFAS, Ronaldo... [et. al.]. História: o longo século XIX. Vol. 2. São Paulo: Saraiva, 2010..









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